quarta-feira, 12 de março de 2008

pra pensar, não pra concordar

O ser humano é racista.
A identificação e definição das diferenças entre o eu e o outro é o mecanismo que faz com que reconheçamos o mundo, nossa realidade e nós mesmos como coisas separadas.
Eu não sou como essa cadeira, logo essa cadeira é diferente de mim e portanto eu não sou uma cadeira.
Esse raciocínio básico de separação entre o indivíduo e seu meio exterior, através das diferenças entre ele e o meio, assim como qualquer percepção, pode ser exaltado ou desencorajado, mas está aí, presente em qualquer pessoa.
Somos diferentes. Durante séculos de convívio social produzimos e reproduzimos complexas redes de interações que nos induzem, desde o nascimento, ao comportamento majoritário em nosso grupo que, no fim, forma nossa identidade.
Dois aspectos conflitantes. Ao mesmo tempo que comparamos e identificamos contínuamente o diferente, não medimos esforços para nos igualarmos em nosso próprio grupo.
Some a isso o arcabouço cultural predominante, glorificação e exaltação da etnia branca em detrimento e contraposição direta às outras etnias.
As alterações desta realidade que nos é dada só dependem de nós mesmos. Quem mantém ou altera qualquer aspecto cultural de um povo é este mesmo povo.
Aceitar nossas limitações como ser humano e reconhecer nossos comportamentos sociais não significa compactuar com eles. Admitir que eles existem é o primeiro passo honesto em busca de alguma modificação real.
O que mais me entristece é a negação da realidade. A falta de disposição para lidar com problemas que nos exigem uma solução, chegando ao ponto de negá-los só me remete a duas explicações, fraqueza de caráter ou má-fé mesmo.

Um comentário:

Luciano Reis disse...

O sujeito não gostava do namoradinho "moreno" que sua filha arranjara. Este que tem "um pézinho na África", como gostava de dizer.
Qual não foi sua alegria quando a filha terminou o namoro e, após alguns meses, se relacionou com um "rapaz de boa procedência", loirinho e de olhos bem claros, como era de praxe na família da moça. Após tê-la engravidado e abandonado, o rapaz de boa procedência, foi prá europa estudar e estabelecer-se.
Talvez a moça não fosse BRANCA o suficiente para o rapaz. O certo é que o pai dela não se importou do neto estar na condição de bastardo, desde que seja um bastardo BRANCO. E esta é uma história que eu já vi acontecer.