sexta-feira, 23 de novembro de 2007

que canseira!

a dor e o cansaço às vezes são sensações quase prazerosas. É sentir em cada fibra que pulsa o esforço feito até ali, é sentir na garganta que falha o quanto ela foi requisitada, é sentir na ardência dos olhos a força de vontade para aguentar só mais um pouquinho. Não quero dizer com isso que gosto de sofrer, longe disso! Só quero diferenciar aquele cansaço forçado, de quando não temos escolha, do cansaço opcional, aqueles momentos tão maravilhosos em que optamos por nos mover, apesar de todas as tentações da preguiça.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

cúmplices

será que alguém sente o mesmo que eu? a angústia é uma coisa realmente poderosa nas nossas vidas. ultimamente, lendo um livro sobre isso e descobrindo as minhas próprias, passei a me enxergar de maneira mais clara, e como isso faz diferença!
mentir para os outros, como diz uma certa pessoa, é regra obrigatória de se viver em sociedade, mas ultrapassar o limiar entre você e os outros é quase uma armadilha inescapável.
e mentir para si mesmo é se manter na loucura.
qual a dica? saiba sempre para que se faz as coisas, tenha sempre a sensibilidade de perceber seus próprios sentimentos, e não negá-los.
conviver com eles pode ser mais doloroso às vezes, mas os liberta, ao mesmo tempo que liberta você mesmo.
se a vida é assim, então vamos conhecê-la de fato, sem máscaras, sem véus, sendo cúmplices de nós mesmos, e não acusadores.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

pensamentos do dia

Na parada á espera do ônibus, um senhor idoso se escora ao meu lado. Enquanto isso, do outro lado da rua um casal de hippies passa levando uma criança num carrinho e uma tela com vários brincos expostos.
Entro no ônibus e o mesmo senhor vem comigo.
Na primeira parada estão 3 velhinhas, tão velhinhas que seus cabelos parecem teias de aranha. Eu as observo enquanto conversam, curvadas, mas animadamente. Ao mesmo tempo passa de bicicleta um homem com uma criança de não mais que 5 anos na garupa.
De repente uma mulher atrás de mim grita perguntando ao cobrador como ela faz para denunciar um homem que a ameaçava de morte mas tinha um primo na brigada militar.
No meio disso eu só consigo pensar na vida. Na corrente consciente e inconsciente de vida que interliga num mesmo momento de realidade todas as outras vidas que estão á nossa volta.
Vidas que começam, latentes ainda, e vidas que já se encerram.
Tudo traz consigo uma bagagem tão maravilhosa de possibilidades que eu acabo entendendo o medo de mudanças a que alguns se agarram com unhas e dentes.
No dia que essa represa estourar e todos perceberem a míriade de possibilidades existentes, nada mais será como antes.
Ainda bem.